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sábado, 27 de novembro de 2010

MEDITAÇÃO EM FORMA DE PRECE 2


Como indivíduo limitado, invoco a ajuda de Ishvara, a graça de Ishvara, através de um acto de prece. Baseando-se na sua própria vontade, a prece é uma acção. Invocar a graça é um acto, tal como a simples auto-sugestão. Sentando-me para meditar, relaxado, ofereço uma prece a Ishvara invocando-o sob qualquer forma, sob qualquer nome. E rezo:


Ishvara, possa eu ter a maturidade para aceitar graciosamente aquilo que eu não posso mudar; possa eu ter a vontade e a força para mudar aquilo que eu posso; e que eu tenha a sabedoria para saber a diferença entre o que posso e o que não posso mudar.


Eu não posso mudar a minha infância, não posso mudar a minha ascendência, não posso mudar todo o meu passado. O que aconteceu na minha vida não pode ser mudado. O que aconteceu, aconteceu. Não posso fazer nada acerca disso. Com base em tudo o que aconteceu, não tenho nada de que me arrepender. Não tenho razões para estar triste, deprimido ou zangado. Abandono a minha angústia por tudo aquilo que aconteceu. Eu aceito graciosamente qualquer coisa que tenha acontecido na minha vida.


Existem uma série de coisas que eu posso mudar e reparar. Procuro a força de vontade e a habilidade para fazer o esforço necessário e adequado para mudar. Não desperdiço o meu tempo a tentar mudar aquilo que não posso mudar; nem desperdiço o meu tempo confrontando-me com situações pouco saudáveis que posso mudar. A diferença entre as duas, o que eu posso e o que eu não posso mudar, não é fácil de distinguir. Requer sabedoria e para tal invoco novamente a tua graça:


Ishvara, possa eu desfrutar, ter a maturidade para aceitar graciosamente aquilo que não posso mudar, a vontade e a força para mudar o que posso, e a sabedoria para conhecer a diferença.


Eu estou desperto, vivo para o que acontece neste preciso momento. Deposito a minha vontade, a minha escolha. estou desperto para o momento. Momento a momento, estar atento a cada momento é um facto perpétuo, duradouro, sempre presente. Estar atento não tem convulsões nem arranques. É uma presença, uma presença que está sempre presente.


Aquilo a que estou atento neste momento é único. o objecto muda; até estas palavras nunca são as mesmas. Neste preciso momento, uma determinada palavra, frase, som ou um objecto, mudam. Eu estar atento acerca do que acontece neste preciso momento não depende de escolha. Livre da memória, eu sou uma presença atenta.


Extraído do livro Morning Meditation Prayers, de Swami Dayananda Saraswati, e traduzido por Ricardo Viegas.

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