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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

AS BUSCAS HUMANAS (6) - A ORIGEM DA ÉTICA: O SENSO-COMUM


A pessoa descobre a origem dos valores éticos pela observação de como a pessoa gostaria que os outros se comportassem em relação a si. Os valores éticos são baseados na apreciação do senso-comum de como a pessoa gostaria de ser tratada.


Não quero que os outros sejam trapaceiros (nem por outro meio desagradável) com o propósito de afastar-me daquilo que quero; portanto não enganar torna-se um valor a observar relativamente aos outros mesmo quando eu persigo os meus fins. Os fins e os meios que eu quero (ou não quero) que os outros escolham por causa da forma que as suas escolhas me afectam estabelecem um padrão pelo qual eu julgo a propriedade dos objectivos e meios que escolho para mim - um padrão que tem em consideração o impacto das minhas escolhas sobre os outros. Tais valores incorporam a ética do senso-comum, que são reconhecidas e confirmadas escripturalmente numa doutrina ética mais compreensiva - de natureza religiosa - denominada dharma.


Extraído do livro Introduction to Vedanta, de Swami Dayananda Saraswati. Traduzido por Ricardo Viegas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

AS BUSCAS HUMANAS (5) - OS ANIMAIS NÃO PRECISAM DE ÉTICA


Para os animais não se levantam questões de ética. Eles têm pouca escolha não-programada sobre a acção. As acções controladas pelo instinto, que não estão sujeitas a escolha, não criam problemas éticos. A vaca não acresce mérito por ser vegetariana nem o tigre acresce demérito por comer a vaca.


Por outro lado, o ser humano com a sua capacidade de escolha tem de escolher primeiro o fim que pretende alcançar e de seguida os meios para conquistar esse fim. Particularmente nas sociedades ocidentais, exercitamos o nosso poder de escolha sobre os nossos fins, numa permuta infindável de variedade: na comida, roupa, estilo de vida, etc. "Á minha maneira!" apregoa esta individualidade. Também no ocidente, depois parece anexar-se um valor à escolha que é rotulado de "espontâneo", mas que é realmente impulsivo. É bom que existam tantos meios e fins diferentes para escolher; permite uma colagem colorida. No entanto, a escolha impulsiva, ou a escolha dos meios simplesmente porque são fáceis e convenientes, podem resultar no atropelamento do nosso semelhante, destruindo a sua segurança e causando-lhe sofrimento.


Extraído de Introduction to Vedanta, de Swami Dayananda Saraswati. Traduzido por Ricardo Viegas

AS BUSCAS HUMANAS (4) - A ESCOLHA HUMANA REQUER PADRÕES ESPECIAIS


Porque a luta por segurança, artha, e pelos prazeres, káma, não é instintivamente controlada mas antes guiada por valores pessoais variáveis, torna-se necessário para a sociedade humana ter um conjunto de padrões que seja independente de quaisquer valores subjectivos individuais que determinem os seus gostos e desagrados.


Uma vez que eu tenho a faculdade de escolha, eu devo ter determinadas normas para controlar as minhas variadas acções, Karma. Não sendo pré-programado, para mim o fim não pode justificar os meios. Não somente o fim escolhido deve ser admissível, mas os meios para atingir esse fim devem também estar em conformidade com determinados valores. Este grupo especial de valores que controla a escolha individual para a acção é chamado de ética. A luta humana pela segurança e pelo prazer, artha and káma, devem de estar de acordo com uma escolha ética. Os padrões éticos conduzem a pessoa para o reconhecimento das necessidades dos seus semelhantes. Na escolha dos meios para alcançar aquilo que pretendo alcançar, também devo ter em consideração as necessidades dos meus semelhantes. Se estiver indiferente às suas necessidades, não poderei usar o meu semelhante como um objecto para alcançar os meus fins. Tenho de valorizar as suas necessidades tal como valorizo as minhas.


Extraído do livro Introduction to Vedanta, de Swami Dayananda Saraswati, traduzido e adaptado por Ricardo Viegas.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ÁTMA VICHÁRA - A MEDITAÇÃO NO SER DE RÁMANA MAHARSHI


Esta técnica é a que melhor exemplifica o Jñána Yoga, o Yoga do conhecimento verdadeiro. Átma vichára é o questionamento sobre a natureza real da alma. Esta técnica tem como objectivo eliminar as falsas ideias sobre o Eu e o ego, e nos ensinar a separar o espactador do espectáculo, a consciência que vê do que é visto.


Quem sou eu, que não sou este corpo?
Sou o ser (que é imaterial, imutável e imperecível).
Quem sou eu, que não sou esta mente que pensa?
Sou o ser (que é serenidade e paz).
Quem sou eu, que não sou os cinco sentidos?
Sou o ser (que é silêncio e comunhão).
Quem sou eu, que não sou as emoções?
Sou o ser (que é ponderação e equilíbrio).
Quem sou eu, que não sou sensações?
Sou o ser (que é satisfação).
Quem sou eu, que não sou desejo, necessidade, vontade?
Sou o ser (que é plenitude).
Quem sou eu, que não sou passado, presente e nem futuro?
Sou o ser (que é intemporal, eterno).
Quem sou eu, que não sou ego, personalidade?
Sou o ser (que é tudo).
Quem sou eu, que não sou os papéis que represento?
Sou o ser (que é a verdadeira natureza, a verdadeira identidade).
Quem sou eu, que não sou orgulho e vaidade?
Sou o ser (que é simplicidade).
Quem sou eu, que não sou insegurança e medo?
Sou o ser (que é luz).


Extraído do livro Guia de Meditação, de Pedro Kupfer.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

AS BUSCAS HUMANAS (3) - A NATUREZA MERCURIAL DO PRAZER: KÁMA


Káma corresponde às muitas formas do prazer sensual. Todas as criaturas procuram o que é prazeroso - através de qualquer dos orgãos sensoriais que tiverem ao seu dispôr. Para criaturas não-humanas a busca do prazer é definida e controlada pelo instinto. Eles procuram aquilo para o qual estão programados para desfrutar, directa e simplesmente. O seu benefício não é dificultado por filosofia ou auto-julgamento. Um cão ou um gato comem o que lhes sabe bem até estarem cheios, bastante despreocupados com considerações de saúde ou estética. O gozo começa, termina, e é contido no momento, de acordo com um programa instintivo.
A busca humana pelo prazer é mais complexa. Os nossos desejos são conduzidos igualmente por instinto e por sistemas pessoais de valores. Os desejos instintivos do Homem, como um ser vivo, são prejudicados pela capacidade humana de levar em extensa conta desejos pessoais instáveis. Cada ser humano vive num mundo privado, subjectivo, onde vê os objectos como desejáveis, indesejáveis ou neutros - nem desejados nem indesejados. Quando eu examino as minhas atitudes em relação a estes objectos, eu descubro que aquilo que é desejado por mim não me é desejável a todo o instante, ou em todos os lugares; nem o que eu desejo é necessariamente desejado pelos outros. O que é desejado, muda. O tempo condiciona o desejo; o lugar condiciona o desejo; os valores individuais também condicionam o desejo.
Tomem como exemplo as "vendas de garagem" onde eu vendo aos outros aquilo que eu anteriormente considerei valioso; agora não lhe tenho qualquer valor mas ainda é apreciado pelos outros. Em contrapartida, o que os outros consideram sem valor, eu considero valioso. De facto, há vezes em que aquilo que vendemos como sucata volta a ser considerado valioso mais tarde, porque as circunstâncias ou as atitudes mudaram. Conforme o tempo passa, aquilo que eu aprecio agora vai perder o seu valor para mim e devo preparar-me para ralizar uma nova venda de garagem.
Esta transformação de valores que torna os objectos desejáveis, indesejáveis ou neutros, também ocorre e afecta a atitude de uma pessoa em relação às outras pessoas, ideias, ideologias, situações e lugares. Todos estão sujeitos a tornarem-se desejáveis, indesejáveis ou neutros. Carros velhos, casas velhas, mobília velha, até um marido ou uma mulher velhos, vão de um estatuto para outro. Este intercâmbio acontece durante todo o tempo. valores subjectivos não permanecem os mesmos; quando os valores mudam, os gostos e desgostos também mudam. Os gostos e desgostos ditam os prazeres que cada pessoa procura tal como ditam o que cada pessoas rejeita ou evita. Parte da busca pelo prazer é evitar as coisas que causam desagrado.
Tanto os animais quanto os seres humanos debatem-se para obter o agradável e evitar o desagradável. A diferença é que o esforço humano não é determinado nem limitado por nenhum padrão definido mas é ditada por valores flutuantes. Estes valores sempre instáveis mantêm a pessoa sempre em esforço.


Extraído do livro Introduction to Vedanta, de Swami Dayananda Saraswati, e traduzido por Ricado Viegas.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

AS BUSCAS HUMANAS (2)- A BUSCA INFINDÁVEL POR SEGURANÇA: ARTHA


Artha, uma das duas buscas que os seres humanos partilham com os outras criaturas, correspondem a todas as formas de segurança na vida: riqueza, poder, influência, e fama. Todos os seres vivos procuram segurança sobre qualquer forma adequada para si mesmos. Animais, pássaros, peixes, insectos - até plantas e micróbios - todos procuram segurança. Procura-se abrigo, acumula-se comida, o cão enterra o seu osso, a abelha enche a colmeia com mel, a formiga escava um armazém para grãos. Todas as criaturas têm uma sensação de insegurança. Também elas querem estar seguras. Contudo, a sua atitude e comportamento são governados por um programa embutido. A sua sensação de insegurança vai até aqui e não mais. Neles não se verifica um ruminar interminável pela segurança.
Por outro lado, para o ser humano, ansear e lutar não tem fim.
A infindável luta humana para preencher a sensação de querer pode ser verificada pela análise de experiências. Se é dinheiro que eu procuro, este nunca parece ser suficiente independentemente de quanto eu acumulo. Não me sinto seguro independentemente de quanto dinheiro eu tiver. Posso então procurar segurança no poder e na influência, gastando esse mesmo dinheiro que lutei para acumular na compra de poder - não que esse dinheiro deixasse de ter valor para mim, mas porque agora atribuo um valor mais elevado ao poder. Eu procuro segurança através do poder. A luta por riqueza, poder, e fama é interminável. Todas estas são lutas por segurança, porque eu me sinto inseguro..
Porque eu sou um ser auto-consciente, eu tenho a capacidade de me sentir inseguro; eu acumulo bens mas acumular falha em fazer-me sentir seguro. O ganho nunca é suficiente. Sou sempre conduzido a procurar mais e diferentes tipos de segurança num esforço fútil para criar a condição de segurança.


Extraído do livro Introduction to Vedanta, de Swami Dayananda, e traduzido por Ricardo Viegas.

AS BUSCAS HUMANAS - AS QUATRO CATEGORIAS DO ESFORÇO HUMANO


O ser humano vê-se a si mesmo como uma pessoa deficiente. A sua busca constante e compulsiva torna a sua insuficiência evidente. Para escapar a esta deficiência, ele luta por um grande número de coisas que se enquadram em quatro temas essenciais:


dharma - ética;
artha - segurança;
káma - prazer;
moksha - liberdade.


Todos quatro são chamados colectivamente de purushartha e são almejados pelos seres humanos. Estes são os objectivos pelos quais o purusha, o ser humano, luta.
As quatro buscas humanas básicas podem ser subdivididas em dois grupos. Um grupo, a busca pela segurança e prazer, artha e káma, é partilhado em comum com os outros seres vivos; o outro grupo, esforço em concordância com a ética, dharma, e a busca pela liberdade, moksha, é peculiar para os seres humanos. O segundo, o grupo humano de buscas, surge porque o ser humano é uma pessoa auto-consciente. Um ser auto-consciente é um pensador, com a capacidade de alcançar conclusões acerca de si mesmo. Esta capacidade tornou possível a conclusão humana universal: Eu sou um ser humano limitado, deficiente que tem de lutar por certas coisas através das quais anseia tornar-se completo.


Extraído do livro Introduction to Vedanta, por Swami Dayananda, traduzido por Ricardo Viegas

sábado, 27 de novembro de 2010

MEDITAÇÃO EM FORMA DE PRECE 2


Como indivíduo limitado, invoco a ajuda de Ishvara, a graça de Ishvara, através de um acto de prece. Baseando-se na sua própria vontade, a prece é uma acção. Invocar a graça é um acto, tal como a simples auto-sugestão. Sentando-me para meditar, relaxado, ofereço uma prece a Ishvara invocando-o sob qualquer forma, sob qualquer nome. E rezo:


Ishvara, possa eu ter a maturidade para aceitar graciosamente aquilo que eu não posso mudar; possa eu ter a vontade e a força para mudar aquilo que eu posso; e que eu tenha a sabedoria para saber a diferença entre o que posso e o que não posso mudar.


Eu não posso mudar a minha infância, não posso mudar a minha ascendência, não posso mudar todo o meu passado. O que aconteceu na minha vida não pode ser mudado. O que aconteceu, aconteceu. Não posso fazer nada acerca disso. Com base em tudo o que aconteceu, não tenho nada de que me arrepender. Não tenho razões para estar triste, deprimido ou zangado. Abandono a minha angústia por tudo aquilo que aconteceu. Eu aceito graciosamente qualquer coisa que tenha acontecido na minha vida.


Existem uma série de coisas que eu posso mudar e reparar. Procuro a força de vontade e a habilidade para fazer o esforço necessário e adequado para mudar. Não desperdiço o meu tempo a tentar mudar aquilo que não posso mudar; nem desperdiço o meu tempo confrontando-me com situações pouco saudáveis que posso mudar. A diferença entre as duas, o que eu posso e o que eu não posso mudar, não é fácil de distinguir. Requer sabedoria e para tal invoco novamente a tua graça:


Ishvara, possa eu desfrutar, ter a maturidade para aceitar graciosamente aquilo que não posso mudar, a vontade e a força para mudar o que posso, e a sabedoria para conhecer a diferença.


Eu estou desperto, vivo para o que acontece neste preciso momento. Deposito a minha vontade, a minha escolha. estou desperto para o momento. Momento a momento, estar atento a cada momento é um facto perpétuo, duradouro, sempre presente. Estar atento não tem convulsões nem arranques. É uma presença, uma presença que está sempre presente.


Aquilo a que estou atento neste momento é único. o objecto muda; até estas palavras nunca são as mesmas. Neste preciso momento, uma determinada palavra, frase, som ou um objecto, mudam. Eu estar atento acerca do que acontece neste preciso momento não depende de escolha. Livre da memória, eu sou uma presença atenta.


Extraído do livro Morning Meditation Prayers, de Swami Dayananda Saraswati, e traduzido por Ricardo Viegas.

MEDITAÇÃO EM FORMA DE PRECE 1


Eu trago Ishvara,o Senhor, para a minha vida quando reconheço a minha fraqueza, a incerteza, e a incapacidade para ordenar as coisas como eu quero. Existe incerteza quando me refiro ao preenchimento dos meus desejos e pelo que anseio. Existem limitações de força em termos de vontade e capacidade para fazer os esforços necessários. Existem também limitações em termos de conhecimento e de recursos. Existe a falta de liberdade na minha vida mental. O reconhecimento disto leva-me a admitir o meu desamparo.


O próprio reconhecimento revela um grau de maturidade. Eu procuro desenvolver a maturidade invocando a graça, o invisível e o inantingível, algo que torne as coisas possíveis. Eu invoco a graça do Senhor para aceitar as coisas que não posso mudar. Os meus arrependimentos, as minhas preocupações e a raiva, o caminhar para a depressão, ganham força através da minha incapacidade de aceitar e de compreender o passado.


Oh Senhor, culpabilizei uma série de factores, pessoas, situações, o tempo, os lugares e a sociedade. Se calhar, tudo isto me ajudou a chegar ao ponto em que eu consigo rezar. Apercebo-me que não devo culpabilizar alguém e nem a mim mesmo. Que eu possa aceitar graciosamente e totalmente aquilo que eu não posso mudar. Posso mudar as minhas atitudes e trabalhar pela compreensão necessária. Posso trazer uma ordem melhor para a minha vida pessoal. posso fazer o esforço que for necessário. Oh Senhor, que eu tenha a vontade e o esforço para mudar aquilo que posso. Que eu possa saber aquilo que posso e não posso mudar.


Frequentemente desperdiço a minha energia e o meu tempo a tentar mudar aquilo que não posso mudar. E quando devo mudar aquilo que realmente posso, já estou cansado. Estou empobrecido em termos de vontade, energia, esforço e capacidade para me esforçar. Que eu tenha o conhecimento para saber a diferença entre as duas: o que posso e o que não posso mudar.


Uma a uma, descobre as coisas que queres mudar, faz uma lista delas:
Gostaria que o meu pai tivesse uma atitude diferente. Gostaria que a minha mãe tivesse uma resolução mental diferente e mais disciplina pessoal. Gostaria de ter estudado mais. Gostaria que a minha casa fosse uma casa de verdade. Gostaria de ter entendido o valor dos valores. Gostaria de ter sido mais disciplinado. Gostaria de ter dado mais atenção aos conselhos que me foram dados repetidas vezes. gostaria de não ter conhecido determinada pessoa. Gostaria de não ter feito determinada acção. Gostaria de ter feito determinada acção. Gostaria de me ter preparado com algumas competências e melhores títulos. Gostaria de ter nascido com outro signo astrológico. Gostaria de ter nascido um homem. Gostaria de ter nascido uma mulher. Gostaria de nem ter nascido de todo.


Quanto ressentimento e quantos desejos inúteis!


Oh Senhor, ajunda-me a entender intimamente a inutilidade destes desejos, ajuda-me a abandonar cada um deles.



Retirado do livro Morning Meditation Prayers, por Swami Dayananda Saraswati, e traduzido por Ricardo Viegas.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

AULAS DE YOGA EM FARO, ALGARVE


Se pretende experimentar ou frequentar práticas de Hatha Yoga Tradicional, Ashtanga Viyasa Yoga, Meditação e Advaita Veánta com o Ricardo Viegas, consulte por favor os demais contactos abaixo:

yogalgarve@gmail.com / facebook.com/yogalgarve / 912 163 758

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA PRATICAR YOGA:

- pontualidade (praticar em grupo implica a responsabilidade de não deixar ninguém pendurado à sua espera. Sejam assertivos com os horários, se tiverem de chegar atrasados, não corram, venham antes relaxados, mas compreendam que a prática tem uma hora marcada para iniciar);
- roupa confortável;
- agasalho para relaxamento (opcional);
- tapete de prática (nada como ter o seu próprio tapete para preservar a sua higiene pessoal, mas de qualquer forma há sempre alguns tapetes disponíveis para as práticas);
- saúde ( é imprescindível encontrar-se em bom estado de saúde para a prática de yoga, caso contrário a abordagem que lhe será mais indicada será o yoga terapêutico personalizado, e não em contexto de grupo). Informe o seu instrutor acerca de tudo o que considerar pertinente relativamentto ao seu historial clínico;
- boa disposição.

Encerramento do Yoga Vidya Studio

Informamos os nossos queridos amigos e praticantes que o Yoga Vidya Studio se encontra encerrado desde o mês de Julho 2010. Por motivos alheios à nossa vontade tivemos que deixar o espaço que recebia o nosso centro. Não fiquem tristes porque as práticas de Yoga continuam a decorrer em Faro e arredores, para mais informações não deixem de consultar a etiqueta "AULAS DE YOGA".

quinta-feira, 18 de março de 2010

ÁSANAS FUNDAMENTAIS


O Ashtanga Yoga é um sistema ancestral de Yoga que encontra a sua maior expressão nos tratados Yoga Sútras, pelo yoguin Patañjali, Hatha Yoga Pradípiká, pelo yoguin Svátmáráma, Gerandha Samhita, de autor descohecido, ou Shiva Samhita, também de autor desconhecido. Os Yoga Sútras estimam-se terem sido escritos num período entre 1700 anos e 2000 anos atrás, e os demais tratados são remetidos ao período entre 300 e 500 D.C.
Estes textos e devidas técnicas nestes descritas foram dedicadamente estudados e transmitidos por yoguins contemporâneos como Sri T. Krishnamacharya, B.K.S. Iyengar ou Pattabhi Jois, sem poder deixar de referir Shankaracharya, expoente da escola Vedanta e professor incontestavelmente responsável pelo legado que é o ensinamento do Hatha Yoga Tradicional (Shankara não é de todo contemporâneo, mas sim posterior ao budismo - séc. VII depois D.C., uma vez que nos tratados que lhe são atribuídos refuta a ideologia proposta pelo budismo).


É com base no trabalho desenvolvido por estes mestres yoguins que tenho o prazer de vos trazer este artigo esperando desta forma contribuir para o aperfeiçoamento da vossa prática de Ásana, um dos oito angas (membros / disciplinas técnicas) do Ashtanga Yoga. Estes são alguns ásanas fundamentais (e algumas variações sobre os mesmos) para o praticante aprofundar e evoluir a sua prática pessoal. Para a sua devida execução, o praticante deve ter em consideração componentes essenciais do Ashtanga Yoga tais como vinyasa, bandha, drishtis, e respiração, e praticar conjuntamente as demais disciplinas (angas) propostas neste sistema (yama, niyama, pránáyáma, pratyáhára, dhárana, dhyána e samádhi). Para um automóvel deslocar-se é necessário a articulação entre os seus demais componentes e o funcionamento combinado de todos eles: se quisermos guiar o carro conduzindo só com as rodas, mas esquecendo o motor, o guiador, as suspensões, o radiador, etc., é garantido logo à partida que não iremos muito longe.


No período védico e das Upanishads (aproximadamente 1500 A.C.) o corpo físico não era entendido como um veículo para a obtenção de moksha, o conhecimento de Si como sendo livre de limitações, adequado, completo. Esta consciência era atribuída a práticas ascéticas como dhyána (meditação) ou ao estudo de brahmavidya (o real conhecimento do Ser). A corrente tântrica veio trazer um importante contributo, adicionando a consciência do corpo a tudo aquilo que se chamava de Unidade. Desde então se entendeu que a enfatização de uma prática ascética centrada no corpo era um veículo importante auxiliar ao brahmavidya para obtenção da consciência de moksha. No entanto, as técnicas físicas são positivas para a saúde, para aumentar a qualidade de vida, para aumentar a longevidade, mas não para a libertação dos condicionamentos existenciais (moksha), e como tal volto a reforçar a ideia, a prática de ásana não dispensa a prática dos demais angas, especialmente de dhyána.


A interpretação e prática destas técnicas aqui descritas não dispensa o devido acompanhamento e orientação de um instrutor experiente, e como tal devem ter sempre presente o yama Ahimsá (não-violência) de modo a respeitarem e amarem a vossa natureza acima de qualquer objectivo ou expectativa, evitando desta forma lesões ou traumas que possam decorrer de uma interpretação errónea das técnicas ou do desrespeito pela realidade individual de cada um de nós. A prática deve respeitar os limites de cada praticante, como tal evitem a comparação ou a frustração que poderá resultar da não realização da técnica tal como apresentada nas fotografias, dêem antes importância para que a prática destas seja sempre confortável e prazerosa, e se não vos for possivel realizar todos os pontos descritos em cada técnica, pratiquem apenas os pontos que vos forem permitidos realizar em segurança. Atenção: com este artigo não nos responsabilizamos pelas práticas indevidas e respectivos resultados não desejados obtidos pelos praticantes. Boas práticas!


ÁSANAS FUNDAMENTAIS





SAMASTHITI ou TÁDÁSANA


Táda significa montanha. Sama significa para cima, direito, imóvel. Sthiti significa permanecer quieto, firmeza. Tádásana ou Samasthiti implica uma postura em que o praticante permanece firme e erecto que nem uma montanha. Esta é a postura básica de pé.


TÉCNICA:


1. Permaneça erecto com os pés juntos, os calcanhares e os dedos grandes dos pés tocam-se. O metatarso está assente no chão e os dedos dos pés esticam completamente espalmados contra o chão.
2. Apertar os joelhos e puxar a rótula para cima, contrair as coxas e puxar os músculos para cima na parte de trás das virilhas.
3. Manter o estômago para dentro, o peito aberto para a frente, a coluna alongada e o pescoço direito.
4. Não suportar o peso do corpo nos calcanhares nem nos dedos dos pés, mas distribui-lo equitativamente sobre ambos.
5. Idealmente, em Tádásana os braços estão esticados acima da cabeça, mas convenientemente, poderão ser colocados de lado das coxas.
6. Cada uma das posturas realizadas em pé poderá iniciar com o praticante em Tádásana com as palmas de lado das coxas.


EFEITOS:


As pessoas não despendem muita atenção quanto à forma correcta de permanecer de pé, facto que influencia bastante a sua postura corporal e a consequente perda de qualidade de vida. Uma má postura de pé poderá provocar insuficiência respiratória, complicações vertebrais e articulares (joelhos e tornozelos), deficiente sentido de equilíbrio, ou mesmo produzir estados de ansiedade e fadiga, e falta de auto-estima, sendo estes apenas alguns dos possíveis efeitos resultante de uma postura incorrecta. Qualquer uma das deformidades que possam ser provocadas influem directa e indirectamente sobre a elasticidade da coluna e a vitalidade das pessoas.
Algumas pessoas colocam todo o peso do corpo somente sobre uma perna, ou sobre as pernas desalinhadas, com os pés para os lados. Outras suportam o peso do corpo unicamente nos calcanhares, ou sobre os lados de dentro ou de fora dos pés. Podemos perceber quando alguma destas situações ocorre observando qual dos lados da sola dos sapatos está mais gasta. Mesmo quando os pés estão afastados, é positivo mantermos os calcanhares e dedos grandes dos pés alinhados paralelamente, em vez de criarmos ângulos entre estes.
Através deste método, as coxas estão contraídas, o abdómen está recolhido para dentro e o peito abre para a frente. O praticante desenvolve assim leveza corporal e agilidade mental. É portanto importante dominar-se a arte de permanecer correctamente em pé.





PÁDÁNGUSHTÁSANA


Páda significa pé. Angustha é o dedo grande do pé. Esta postura é desenvolvida de pé, segurando nos dedos grandes dos pés com as mãos.


TÉCNICA:


1. Comece em Samasthiti. Separe as pernas a um pé de distância uma da outra.
2. Expire, faça uma flexão do tronco para a frente segure os dedos grandes dos pés com os polegares e os dedos indicador e médio. Segure-os firmemente.
3. Mantenha a cabeça para cima, alongue o diafragma em direcção ao peito, e torne as costas tão concavas quanto possível. Em vez de alongar para baixo a partir dos ombros, flexione para a frente a partir da região pélvica para desfazer a concavidade nas costas a partir do cóccix.
4. Mantenha as pernas firmes e não esmoreça o aperto sobre os joelhos e dedos dos pés. Colocando os cotovelos para os lados, alongue também as omoplatas. Respire uma ou duas vezes nesta posição.
5. Agora expire, e traga a cabeça entre os joelhos, contraindo os joelhos e puxando os dedos grandes dos pés sem os levantar do chão. Permaneça nesta posição cerca de 20 segundos, mantendo a respiração normal (embora com ujjáyi pránayáma).
6. Inspire para regressar à posição anterior, solte os dedos dos pés e coloque-se de pé. Volte a Samastiti.


EFEITOS:


Ver Pádahastásana.





PÁDAHASTÁSANA


Páda significa pé. Hasta significa mão. Esta postura é feita de pé flectindo para a frente e colocando os pés sobre as suas mãos.


TÉCNICA:


1. Permaneça em Tádásana. Afaste as pernas à distância de um pé.
2. Expire, flexione o tronco para frente e sem dobrar as pernas pelos joelhos, coloque as mãos por debaixo dos pés de maneira a que as palmas das mãos toquem a sola dos pés.
3. Mantenha a cabeça para cima e torne as costas tão concavas quanto possível. Não esmoreça o aperto sobre os joelhos e respire algumas respirações nesta posição.
4. Agora expire, e traga a cabeça entre os joelhos, dobrando os cotovelos para os lados de fora e puxando os pés pelas plantas. Permaneça na posição cerca de 20 segundos com a respiração normal (ujjáyi).
5. Inspire, levante a cabeça e volte para a posição anterior, com a cabeça bem erguida. Faça duas respirações.
6. Inspire, coloque-se de pé e volte a Tádásana.


EFEITOS:


Com este ásana, os órgãos abdominais são tonificados e a produção de sucos digestivos aumenta, enquanto o fígado e o baço são activados. Pessoas em que se manifestem sensação de inchaço no abdómen ou perturbações gástricas beneficiarão bastante da prática deste ásana. Hérnias discais na região côncava (meio) da coluna poderão ser ajustadas com a prática deste ásana tal como descrita no ponto 3 da técnica, não devendo o praticante trazer a cabeça entre os joelhos se este for o seu caso. Para se obter a concavidade postural na coluna, o praticante deverá dominar previamente outras posições menos exigentes que favoreçam este propósito.





UTTHITA TRIKONÁSANA


Utthita significa estendido, alongado. Trikona (tri = três; kona = ângulo) é o triângulo. Este ásana de pé é a postura do triângulo alongado.


TÉCNICA:


1. Coloque-se em Samasthiti.
2. Inspire profundamente e com um salto afaste as pernas para os lados, mantenha os pés afastados aproximadamente a 1 metro. Levante os braços lateralmente, alinhando-os à altura dos ombros, palmas das mãos viradas para baixo. Mantenha os braços paralelos ao chão.
3. Rode o pé direito 90 graus para o lado direito. Rode o pé esquerdo ligeiramente para a direita, mantendo a perna direita alongada por dentro e contraída no joelho.
4. Expire, flexione o tronco para o lado direito, trazendo a palma da mão direita próxima do tornozelo direito. Se possível, a palma da mão deverá assentar completamente no chão.
5. Estique o braço esquerdo para cima, mantendo-o alinhado com o ombro direito e estenda o tronco. A parte de trás das pernas, a parte de trás do peito (nas costas), e as ancas devem estar alinhadas. Fixe o olhar no polegar esquerdo com a mão esticada. Mantenha o joelho direito bem contraído puxando a rótula para cima, o joelho deve estar virado para os dedos dos pés.
6. Permaneça nesta posição entre 30 segundos a 1 minuto, respirando profunda e uniformemente. De seguida levante a palma da mão direita do chão. Inspire e retorne à posição anterior (braços paralelos ao chão).
7. Agora, vire o pé esquerdo para o lado esquerdo 90 graus, vire o pé direito ligeiramente para o lado esquerdo, mantenha os joelhos firmes e repita o processo anteriormente descrito agora para o lado esquerdo. Mantenha a postura para o lado esquerdo durante o mesmo tempo que para o lado direito. Para finalizar, inspire e volte à postura anterior (braços paralelos ao chão).
8. Expire, e salte de volta para Samasthiti (tádásana).


EFEITOS:


Este ásana tonifica os músculos das pernas, remove a rigidez nas pernas e ancas, corrige qualquer pequena deformidade nas pernas e permite que estas se desenvolvam uniformemente. Alivia dores nas costas e entorses no pescoço, fortalece os tornozelos e desenvolve o peito.





PARIVRTTA UTTHITA TRIKONÁSANA


Parivrita significa girar, voltar-se para baixo ou em torno de si. Trikona é o triângulo. Esta é a postura do triângulo revolvido (ou triângulo com torção). É a contra-postura (pratikri ásana) do Utthita Trikonásana.


TÉCNICA:


1. Inicie em Tádásana (Samasthiti). Inspire profundamente e de um salto afaste as pernas para os lados distanciando os pés um do outro aproximadamente um metro. Levante os braços lateralmente, alinhando-os com os ombros, e a palma das mãos virada para baixo.
2. Vire o pé direito para o lado direito 90 graus. Vire o pé esquerdo para o lado direito 60 graus, mantendo a perna esquerda alongada para fora e firme sobre o joelho.
3. Expire, com o tronco alinhado com a perna esquerda rode o tronco na direcção oposta (para a direita) de maneira a trazer a palma da mão esquerda até o chão e junto do lado de fora do pé direito.
4. Estique o braço direito para cima, alinhando-o com o braço esquerdo. Fixe o olhar (drishti) no polegar direito, com os dedos da mão alongados e bem definidos.
5. Mantenha os joelhos firmes. Não levante os dedos do pé direito do chão. Atente para que a parte de fora do pé esquerdo esteja bem assente no chão.
6. Alongue ambos os ombros e as omoplatas.
7. Permaneça nesta posição por 30 segundos, respirando normalmente (ujjáyi).
8. Inspire, levante a mão esquerda do chão, gire o tronco de volta à sua postura original, e regresse à primeira posição (braços paralelos ao chão).
9. Expire, e repita a posição para o lado esquerdo rodando o pé esquerdo 90 graus para o lado esquerdo e o pé direito 60 graus para o lado esquerdo, e coloque a palma da mão direita no chão e junto ao lado de fora do pé esquerdo.
10. Permaneça na posição pelo mesmo tempo que permaneceu para o lado oposto, poderá ajustar o tempo de permanência fazendo três a cinco respirações completas para cada um dos lados.
11. Para finalizar, inspire, levante o tronco de volta à sua posição original (postura neutra), gire os pés para a frente e mantenha os braços paralelos ao chão.
12. Expire e salte de volta para Tádásana. E assim está completo este ásana.


EFEITOS:


Este ásana tonifica as coxas, isquiotibiais e gémeos. A coluna e os músculos nas costas são estimulados uma vez que esta postura aumenta a circulação sanguínea ao redor da região lombar. O peito expande completamente. A postura alivia as dores nas costas, revigora os órgãos abdominais e fortalece os músculos nas coxas.





UTTHITA PÁRSHVAKONÁSANA


Párshva significa lado ou ala. Kona é o ângulo. Esta é a postura de extensão lateral do ângulo.


TÉCNICA:


1. Inicie em Tádásana. Inspire profundamente e de um salto afaste as pernas lateralmente, com os pés distantes um do outro aproximadamente 1,20m – 1,30m. Levante os braços lateralmente mantendo-os alinhados com os ombros, palma das mãos virada para baixo.
2. Enquanto expira lentamente, rode o pé direito 90 graus para o lado direito, e o pé esquerdo roda também ligeiramente para a direita, mantendo a perna esquerda alongada para fora e firme no joelho. Flexione a perna direita pelo joelho, fazendo um ângulo de 90 graus (recto) entre a coxa e o gémeo na perna. A coxa deve estar paralela ao chão.
3. Coloque a palma da mão direita no chão junto do lado de fora do pé direito, a axila direita deve cobrir e tocar o lado de fora do joelho direito. Estica o braço esquerdo para fora sobre a orelha esquerda. Mantenha a cabeça para cima e fixe o olhar na mão esquerda.
4. Contraia o dorso e alongue os isquiotibiais (tendão por baixo dos joelhos). Mantenha o peito alinhado com os quadris e com as pernas, para isso, mova o peito para cima e para trás. Alongue cada parte do corpo, concentrando-se na parte de trás do corpo, especialmente na coluna. Alongue a coluna até que todas as costelas e vértebras se movam, até sentir que a própria pele está a esticar como se fosse puxada.
5. Permaneça na postura entre 30 segundos e 1 minuto, mantendo a respiração profunda e uniforme. Inspire e levante a palma da mão direita do chão.
6. Na inspiração alongue a perna direita e suba os braços paralelos ao chão.
7. Continue com a expiração tal como descrito no ponto 2 da técnica, e repita todo o processo para o lado esquerdo.
8. Para finalizar, expire e salte para Tádásana.


EFEITOS:


Este ásana tonifica os tornozelos, joelhos e coxas. Corrige deformações nas coxas e gémeos, desenvolve o peito e reduz a gordura à volta da cintura, ancas e coxas, e alivia as dores ciáticas e derivadas de artrites. Também aumenta a actividade peristáltica do intestino e contribui para a eliminação / excreção.





PRASÁRITA PÁDOTTANÁSANA


Prasárita significa expandido, afastado, estendido. Páda significa pé. É a postura em que as pernas afastadas são alongadas intensivamente.


TÉCNICA:


1. Inicie em Tádásana.
2. Inspire, coloque as mãos na cintura e afaste as pernas lateralmente com a distância de 1,30m – 1,50m entre cada pé. Os pés estão perfeitamente alinhados e paralelos, com a sola do pé toda assente no chão.
3. Contraia as pernas movendo a rótula para cima. Expire e coloque as palmas das mãos no chão, alinhadas com os ombros e entre os pés em linha com os mesmos. O dedo médio aponta para a frente e os dedos bem afastados uns dos outros.
4. Inspira e levanta a cabeça, mantendo uma concavidade na coluna ao nível da região lombar.
5. Expire, flexione os cotovelos e repouse a coroa da cabeça no chão, entre as mãos, alinhada com as mesmas e com os pés. Mantenha o peso do corpo sobre as pernas, e não sobre a cabeça.
6. Mantenha-se na posição por 30 segundos, respirando profundamente e com ritmo.
7. Inspire, levante a cabeça do chão e estique os braços alongando os cotovelos. Mantenha a cabeça bem elevada, criando uma concavidade na região lombar.
8. Expire, e suba o tronco, colocando as mãos de cada lado da cintura, pernas afastadas.
9. Salte de volta para Tádásana.


EFEITOS:


Neste ásana, os isquiotibiais e músculos abdutores são totalmente desenvolvidos, enquanto a circulação sanguínea é estimulada no tronco e na cabeça. Como na generalidade das posturas de pé, contribui para uma melhor flexibilidade e reduz o peso corporal. Praticantes que não possam ou não consigam praticar Sirshásana (invertida sobre a cabeça) poderão beneficiar da prática deste ásana que aumenta a energia digestiva.


PRASÁRITA PÁDOTTANÁSANA (variantes)


Este é um movimento mais avançado para a postura anterior. Aqui as mãos são colocadas na cintura em vez de no chão. Outra variante será unir a palma das mãos por trás das costas, entre as omoplatas (tal como descrito em Párshvóttanásana). Pode ainda a partir desta posição entrelaçar os dedos das mãos (pode manter os dedos indicadores alongados e unidos), e esticar os braços por trás das costas, procurando chegar com as mãos ao chão. Ainda outra variante, segurar os dedos grandes dos pés com os polegares, dedos indicadores e médios de cada mão. Devem ser praticadas de acordo com a sequência descrita na postura anterior.
EFEITOS:
Ver Prásarita Pádottanásana.





PÁRSHVÓTTANÁSANA


Párshva significa lado ou ala. Uttána (ut = intenso, e tán = alongar, esticar, estender) significa um alongamento intenso. O nome implica a postura em que as laterais do peito são alongadas intensivamente.


TÉCNICA:


1. Comece em Tádásana. Inspire profundamente e mantenha a postura bem erecta e alongada.
2. Junte a palma das mãos por trás das costas e puxe os ombros e os cotovelos para trás.
3. Expire, rode os pulsos para cima e mova as palmas das mãos para cima até meio das costas, com os dedos entre as omoplatas.
4. Inspire, e de um salto afaste as pernas lateralmente à distância aproximada de 1 metro. Mantenha a posição e expire.
5. Inspire e gire o tronco pela cintura para o lado direito. Rode o pé direito num ângulo de 90 graus para o lado direito, mantendo os dedos dos pés e o calcanhar alinhados ao centro com o tronco; rode o pé esquerdo e a perna num ângulo de 75 – 80 graus para a direita, e mantenha o pé esquerdo esticado para fora e a perna contraída no joelho. Incline a cabeça para trás.
6. Expire, flexione o tronco para a frente e repouse a cabeça no joelho direito. Alongue a coluna e gradualmente estenda o pescoço até que o nariz, e depois os lábios, e finalmente o queixo toque e repouse a seguir ao joelho direito. Contrair ambas as pernas elevando as rótulas.
7. Permaneça na posição durante 30 segundos com a respiração normal. Devagar, mova a cabeça e o tronco em direcção ao joelho esquerdo, girando o tronco pela cintura. Ao mesmo tempo gire o pé esquerdo 90 graus para o lado esquerdo e o pé direito 75 – 80 graus para o lado esquerdo. Agora levante a cabeça e o tronco para trás tanto quanto possível, sem flectir a perna direita. Este movimento deve ser feito durante uma inspiração.
8. Expire, flexione o tronco para a frente, repouse a cabeça no joelho esquerdo e gradualmente estenda o queixo além do joelho esquerdo através do alongamento do pescoço tal como no ponto 6.
9. Depois de permanecer na posição por 30 segundos com a respiração normal, inspire e mova a cabeça para o centro e rode os pés para sua posição original, com os dedos apontando para a frente. De seguida, eleve o tronco.
10. Expire e salte de volta para Tádásana, soltando as mãos por detrás das costas. Se não conseguir rodar os pulsos para cima como descrito, pode sempre desenvolver a técnica segurando pelos pulso com uma mão, e seguir a descrição apresentada em cima.


EFEITOS:


Este ásana remove a rigidez dos músculos das pernas e ancas, e torna as articulações das ancas e coluna elásticas. Com a cabeça repousada sobre o joelho, os órgãos abdominais são contraídos e tonificados. Os pulsos movem-se livremente e desaparece qualquer rigidez nestes. Esta postura corrige também má postura na região cervical da coluna, e ombros descaídos. Correctamente desenvolvida, esta postura move os ombros bem para trás, permitindo maior facilidade no desenvolvimento de uma respiração profunda.





UTTHITA HASTA PÁDÁNGUSTHÁSANA


Utthita significa estendido. Hasta significa mão. Pádángustha é o dedo grande do pé. Esta postura é desenvolvida mantendo-se de pé sobre uma perna, estendendo a outra para frente, agarrando o dedo grande do pé cuja perna está estendida, repousando a cabeça sobre a perna.


TÉCNICA:


1. Comece em Tádásana.
2. Expire, levante a perna direita dobrada pelo joelho e segure o dedo grande do pé direito entre o polegar e dedos indicador e médio da mão direita.
3. Pouse a mão esquerda no lado esquerdo da cintura e equilibre-se. Faça duas respirações completas (inspire-expire duas vezes).
4. Expire e estique a perna direita para a frente e levante-a. Faça duas respirações completas.
5. Uma vez firme nesta posição, segure o pé direito com as duas mãos e procure elevar ainda mais a perna. Faça duas respirações completas.
6. Agora, na expiração repouse a cabeça no joelho direito, e de seguida o nariz e depois o queixo logo a seguir ao joelho. Permaneça nesta posição durante algumas respirações profundas.
7. Expire, solte as mãos do pé e desça a perna direita para o chão voltando a Tádásana.
8. Repita a posição para o outro lado, mantendo agora a perna direita no chão e elevando a esquerda.
9. As posições descritas nos pontos 5 e 6 exigem um equilíbrio bem difícil e este só será alcançado se dominarem bem a postura como descrita no ponto 4.
10. Outra variante para esta postura é partindo da postura no ponto 4, expire e abra lateralmente a perna direita para o lado direito, alinhando o pé com os ombros e tronco. Inspire uma vez, e na próxima expiração rode a cabeça para o lado esquerdo olhando por cima do ombro. Para desmontar a postura, retorne ao ponto 4 na expiração, faça uma respiração, e na expiração conclua a técnica como no ponto 7.


EFEITOS:


Este ásana desenvolve a musculatura das pernas, fortalecendo-as, e aumenta a firmeza do equilíbrio na postura.





ARDHA BADDHA PADMOTTANÁSANA


Ardha significa metade. Baddha significa laço (enlaçar), restringir, apanhar, segurar. Padma é o lótus. Uttána é um alongamento intenso.


TÉCNICA:


1. Inicie em Tádásana.
2. Inspire, levante a perna direita do chão, dobre o joelho direito e traga a sola do pé direito para repousar sobre a coxa direita, ao nível da virilha.
3. Segure o pé direito com a mão esquerda, leve o braço direito por trás das costas e enlace o dedo grande do pé direito com os dedos polegar, indicador e médio.
4. Solte a mão esquerda. Expire, e flexione o tronco para a frente, colocando a mão esquerda no chão ao lado do pé esquerdo, e mantenha a cabeça para cima. Tente criar uma concavidade na região lombar tanto quanto lhe for possível. Faça algumas respirações nesta posição.
5. Expire, e leve a cabeça tanto quanto possível a repousar sobre o joelho esquerdo.
6. Se não conseguir assentar totalmente a palma da mão esquerda no chão, comece pela ponta dos dedos, e gradualmente passe para os dedos, e por fim para a palma da mão no chão. Similarmente, para apoiar a cabeça sobre o joelho comece primeiramente pela testa, depois o nariz e por fim o queixo sobre o joelho. O progresso da cabeça ao queixo demonstra o quanto o corpo se está a tornar cada vez mais elástico.
7. Depois de umas quantas respirações nesta posição, inspire e eleve o tronco de volta ao ponto 4. Faça duas respirações completas nesta posição.
8. Inspire e levante a palma da mão esquerda do chão e retorne à postura no ponto 3.
9. Solte o pé direito do laço feito pela mão direita, e retorne para Tádásana.
10. Repita para o outro lado, mantendo agora a perna direita no chão, dobrando a perna esquerda, e colocando o pé esquerdo na coxa direita ao nível da virilha, agarre o dedo grande do pé esquerdo com a mão esquerda por detrás das costas, flexione o tronco para a frente e coloque a palma da mão direita no chão.
11. Se não conseguir segurar o dedo do pé por detrás das costas, coloque as duas palmas das mãos no chão e desenvolva a técnica tal como descrita em cima.


EFEITOS:


Este ásana cura a rigidez nos joelhos. Uma vez que os órgãos abdominais estão contraídos, as energias digestivas aumentam e a actividade peristáltica ajuda a eliminar toxinas criando matéria residual a excretar. Esta postura desenvolve o movimento dos ombros para trás, expandindo o peito e favorecendo uma respiração profunda e livre.


domingo, 28 de fevereiro de 2010

BEM VINDO BEBÉ SURYA

Svasti! Svasti!


com 5 min. de vida cá fora

Pois é, bebé Surya! Aí está ele finalmente cá fora, entregue aos designíos da realidade, e também da dualidade.


com 1 mês

Como tal, chega um dia em que eles acordam e sorriem o tempo todo, que vibram com a música e comunicam-se alegremente com os seres do plano astral (o Surya tem um amigo interessante no tecto de casa, fica entretido por largos minutos a rir e a conversar na sua língua, a gesticular efusivamente para um candeeiro desligado... tal como eu gosto de dizer, "é a sua boa turma no astral!", seres etéreos que lhe comunicam que nada há a temer neste mundo material, que é bem vindo e que está cá para desfrutar, e que a realidade não se resume exclusivamente à matéria que os olhos destreinados dos adultos nos (des)educam a ver).


com 1 mês

Já tem quase três meses de idade, nasceu a 12 de Dezembro de 2009 no Hospital de Faro, mede 60 cm e pesa 6,800 kg. Come muito bem e também excreta muito bem. Claro está que como todos os bebés tem os seus dias mais fáceis e outros não tanto, aquele primeiro mês e meio de vida cá fora traz alguns dias em que as cólicas perturbam o bem-estar destes pequenitos, mas fica aqui uma recomendação bem prática e saudável para os futuros papás que lidem com estas sessões de choro e cólica: quando tudo está bem e de saúde num ser vivo, estes vibram equilibrada e harmoniosamente na sua própria frequência, mas quando se dá alguma perturbação ou trauma, como neste caso das cólicas, a frequência da vibração muda na região que se encontra afectada no corpo, proporcionando desconforto, mal-estar, dores, etc. Numa das várias sessões de cólicas que o Surya teve, lembrei-me de encostar a cara à barriguinha dele, no baixo ventre, e entoar bíja mantra, dos quais destaco melhor resultado com o bija OM. Os bebés são tão pequenos e a densidade da sua massa corporal é tão ínfima que ao entoar uma sílaba tão fortemente vibrante quanto o OM, todo o seu ser passa a ressoar naquela frequência, e a verdade é que em pouco mais de um minuto, o choro parava e ele ficava extremamente tranquilo, em 80% das vezes que recorri a esta técnica tive sucesso, nos restantes 20% consegui aperceber-me de como os bebés são seres verdadeiramente inteligentes e que assim que percebem que podem ser levados por determinada experiência, activam a sua resistência e exigem uma nova aprendizagem para lidar com a mesma experiência. São uma dádiva para os pais que desta forma são estimulados a desenvolver a sua criatividade e originalidade, não existem "remédios santos" nem "fórmulas mágicas" para lidar com este pequenitos, existe sim muita paciência e amor incondicional. Mas de qualquer forma fica a dica, pratiquem muito mantra com esses bebés!



com 2 meses

Este bebé faz juz ao seu nome, enquanto o sol está no céu ele não prega olho, ainda há 2 dias ele passou 12 horas seguidas sem dormir! Felizmente dorme à noite! São seres que exigem bastante atenção, dedicação e disponibilidade, e para quem gosta de dormir, vão já preparando a mente para o facto de terem de acordar todas as noites de 3 em 3 horas: mudar fraldas, dar de comer, trocar a roupa toda porque ele mijou-se todo, e mudar outra fralda, e outra, e outra, porque ele resolve fazer os cocós às prestações, depois não quer dormir porque ficou desperto, e assim se passam as noites nos primeiros 3 meses (dizem que a partir dos 2 meses eles começam progressivamente a dormir periodos de 6 horas, mas a verdade é que ainda estou à espera que cheguem esses dias gloriosos).

Enfim, resume-se tudo isto a uma experiência maravilhosa e inigualável, portas que se abrem para a compreensão e compaixão. Longa vida a todos os bebés!



com 2 meses